sexta-feira, 25 de outubro de 2013

BANQUEIRO DIZ QUE NÃO FAZ COMENTÁRIOS MAS COMENTA QUE SE FARTA

A banca já participa em excesso no esforço de consolidação orçamental, mas não faço comentários, porque todos estamos a passar dificuldades, todos temos que dar o nosso contributo» - afirmou o banqueiro Nuno Amado, presidente do BCP, em declarações, na I Conferência Antena 1/Económico, subordinada ao tema «O Estado e a Economia - Um Orçamento pós-Troika».
E, «para dar uma ideia» do que estava a dizer, Nuno Amado revelou que «o BCP este ano vai contribuir com 300 milhões de euros, ou um pouco mais, para o Orçamento do Estado, entre os fundos do imposto extraordinário sobre a banca, a remuneração das obrigações convertíveis, ou comissões sobre determinado tipo de investimentos».
«Num ano de ciclo recessivo, com os resultados negativos no sector, [atendendo] ao nível de imparidades que temos de fazer [aprovisionar] e ao baixo nível de taxas de juro, é um contributo que acho patriótico» - acrescentou o banqueiro.
Se a tendência, ainda assim, for no sentido de se pedir um maior esforço à banca, o presidente do BCP deixa um aviso em jeito de «pormenor que é matemática»:
- «Tirar, neste particular enquadramento, já de resultados negativos no ano passado e provavelmente numa parte deste ano, [por exemplo] 100 milhões de euros de imposto [extraordinário à banca] é [limitar o sector em] menos mil milhões de euros de empréstimos. Como o capital é mais baixo e tem um múltiplo de dez, as contas são relativamente fáceis. Multiplique-se por 10 o que os bancos – mantendo-se tudo igual, e para conservarem os mesmos rácios de capital -, entregam pelo imposto extraordinário para se apurar o que deixariam de poder emprestar (…) Portanto, se fosse 500 milhões em imposto, o efeito seria 5 mil milhões a menos de crédito».
Em suma: para quem diz que não faz comentários, este banqueiro arrogante e antipático comenta que se farta! E ainda por cima diz que é patriota...
Ah, é verdade: e quais serão as «dificuldades» que ele, Nuno Amado, estará «a passar»?

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