quarta-feira, 27 de novembro de 2013

OS ELOGIES DE EANES A CAVAQUE HÁ EXACTAMENTE TRÊS ANES...

O antigo Presidente da República e famoso «general balança», António Ramalho Eanes, garantia, há três anos, que, com Cavaco Silva em Belém, seria possível Portugal libertar-se do «desemprego que magoa e humilha» e da «pobreza que envergonha e ofende a dignidade do Homem». «Acredito que com Cavaco Silva podemos voltar a ter esperança», afirmou o ex-Presidente, que ainda não se sabe se terá, três anos depois, mudado de opinião...
Ramalho Eanes, que encabeçava a Comissão de Honra da recandidatura de Cavaco Silva a Belém, disse ainda que Cavaco Silva seria o garante de uma «continuidade estável» e capaz de «manter a serenidade em tempos de turbulência». Como se tem visto, de então para cá...
De acordo com o famoso «general balança», no seu estilo oratório inconfundível, Cavaco Silva «tudo fará para redimir o país da crise e do medo em que vive e não resgatará esforços para exercer uma magistratura de intervenção política na sociedade, apontando para o crescimento da economia, criação de emprego e que combata a precariedade do trabalho».
Mais: «Com Cavaco Silva, será possível unir Portugal para, de forma coesa, lançar com propósito e visão humanista ajustada as estratégias que equilibrem as contas públicas, cumprindo os Programas de Estabilidade e Crescimento, mas que também lancem as bases sólidas para um crescimento sustentável da economia portuguesa».
Ou seja, em matéria de prognósticos políticos, económicos e financeiros, o «general balança» continuava a ser um verdadeiro «nabo»...
Também o professor João Lobo Antunes, mandatário nacional da recandidatura de Cavaco Silva (já tinha sido o mandatário nacional da candidatura), alertou para a «total gravidade» das «exigências do tempo presente» (estava o PS de Sócrates no poder), e que, por isso, a reeleição de Cavaco Silva se tornava um «imperativo nacional».

E acrescentava o sempre saltitante professor «Pardal»: «Cavaco Silva foi sempre à busca do Portugal que trabalha, e, por isso, nada fere mais a sua sensibilidade do que o drama sem consolação daqueles que não têm emprego, talvez a maior chaga aberta na sociedade portuguesa, de que todos somos solidariamente responsáveis». Devia apenas falar por ele, mas atreveu-se a falar por todos...
Já ninguém se recorda do dramático balanço dos dois mandatos do «general balança», António Ramalho Eanes, como Presidente da República. Lembro só dois números: dissolveu por duas vezes a Assembleia da República e deu posse a 10 governos 10, durante os dez anos que esteve em Belém. Em matéria de «continuidade estável» e de, como ele diz, «manter a serenidade em tempos de turbulência», Eanes foi de facto o exemplo... oposto!

Sem comentários:

Enviar um comentário