1 - Policarpo foi chefe máximo da Igreja Católica cá na paróquia. Mesmo nesse tempo, nunca escondeu opiniões pouco solidárias com os que carregam o fardo da austeridade. Agora, retirado dos salões do poder eclesiástico, mas instalado em mordomias nada austeras, resolveu defender o programa da troika que instala o povo cristão no desespero. Entra na política pela porta da direita dos privilégios. Não destoa de uma igreja que o actual Papa não aprecia. Mas é a igreja dele. A política do caminho único assenta-lhe como uma luva. Provavelmente quer outra vida.Talvez capelão do Banco Central Europeu. Ou mesmo da Troika completa. Não lhe faltaria serviço. Com o mal que fazem a populações inteiras, bem precisam de conforto espiritual permanente e competente. Já que competência não é conta do rosário dos troika-tintas.
2 - D. José Policarpo é um abastado cardeal, muito opinativo em relação a assuntos de natureza política e social. No passado, este privilegiado membro do clero português já repudiou as manifestações públicas contra o Governo - alegando que de nada servem -, já disse que a manifestação popular corrói a harmonia democrática e que, no que toca à austeridade, a sociedade aguenta tudo.
Pois bem, agora, o cardeal também quer afirmar-se no plano da Economia, tendo dito que, se Portugal não recebesse dinheiro de ajuda externa, «só teria dinheiro para mês e meio» e que «não haveria dinheiro para pagar salários e pensões». Fofo. Este religioso paladino do Governo (neo)liberal esquece é que, antes do pedido de resgate - precipitado pelo PPD de Passos Coelho - o anterior Governo, do PS, apresentara um Pacto de Estabilidade e Crescimento, o 4º, que obtivera a aprovação de todos os membros da União Europeia e que, apesar de impor duras medidas sobre vários sectores da sociedade, esse PEC evitaria o pedido de 78 mil milhões de euros que o país acabou por fazer. Portanto, não, a «ajuda externa» não era necessária para o país. Para capitalizar bancos que perderam dinheiro com investimentos de alto risco, sim, era preciso dinheiro externo. Mas não para pagar salários. Com sede de poder, o PPD quis causar a queda do anterior Governo, bloqueou as negociações do PEC IV e precipitou o pedido de «ajuda externa». Que sirva isto de lição política a este opinativo cardeal.
3 - Agora, uma «explicação» de Economia: sem «ajuda externa» Portugal só teria dinheiro para funcionar durante um mês e meio? Evidentemente, Policarpo não foi abençoado com o dom da aritmética. Em 45 dias, Portugal paga 945 milhões de euros só em juros de dívida. São quase mil milhões de euros no tal mês e meio que Policarpo refere. Só em juros da dívida, Portugal pagará 8 mil milhões de euros em 2014. E isto são só os juros, sem contar com o valor da dívida
Não
Poderão encontrar mais informações acerca das declarações de José Policarpo, e da sua privilegiada vida, através das seguintes ligações:
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2825411 http://expresso.sapo.pt/d-policarpo-aguentava-sem-os-14-quartos-e-as-6-casas-de-banho=f788627 http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/d-jose-policarpo-policarpo-austeridade-troika-ajuda-externa-tvi24/1503643-4073.html http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2825913
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2825411 http://expresso.sapo.pt/d-policarpo-aguentava-sem-os-14-quartos-e-as-6-casas-de-banho=f788627 http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/d-jose-policarpo-policarpo-austeridade-troika-ajuda-externa-tvi24/1503643-4073.html http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2825913
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